Concurso escolhe espécie símbolo da Mata Atlântica do Nordeste e promove conhecimento sobre biodiversidade

13-03-2011 11:55

 Concurso cultural "Escolha a espécie símbolo da Mata Atlântica do Nordeste" visa identificar qual é a espécie que melhor representa a região e vai realizar sorteio de um livro

Recife, 18 de fevereiro de 2011
 
 
 
 
 
 
 
Ainda está disponível na internet o concurso para eleger a espécie símbolo da Mata Atlântica do Nordeste. O objetivo dessa iniciativa é escolher, de maneira participativa, um animal símbolo para o programa ‘Produzir e Conservar’, realizado em parceria pelas organizações não governamentais Associação para Proteção da Mata Atlântica do Nordeste (AMANE), Centro de Pesquisas Ambientais do Nordeste (CEPAN) e Conservação Internacional (CI-Brasil) e que conta com o apoio da empresa Monsanto. 

As fotos de três espécies, assim como a descrição das mesmas e curiosidades, estão disponíveis nos sites da AMANE 
www.amane.org.br e CEPANwww.cepan.org.br . Para votar basta acessar um dos sites e escolher uma das espécies disponíveis na página principal. O concurso ficará no ar até o final de março e pode participar qualquer pessoa residente nas áreas de Mata Atlântica da região do Corredor do Nordeste, que compreende os estados de Alagoas, Pernambuco, Paraíba e Rio Grande do Norte. As espécies escolhidas para a ocasião são: o macaco-prego-galego (Cebus flavius); o pintor-verdadeiro (Tangara fastuosa) e o limpa-folha-do-nordeste (Philydor novaesi ). Os três animais foram previamente escolhidos pela equipe de especialistas em biodiversidade das organizações realizadoras do concurso.

A Mata Atlântica do Nordeste é uma das regiões mais críticas do bioma e ao mesmo tempo ainda apresenta várias espécies endêmicas, ou seja, não encontradas em nenhuma outra parte do planeta. Essa porção de mata localizada acima do rio São Francisco, é considerada uma área prioritária para conservação da biodiversidade e para prevenir o desaparecimento de numerosas espécies, incluindo o macaco-prego- galego, o pintor-verdadeiro e o limpa-folha-do-nordeste, a região necessita de ações urgentes de conservação. E é nesse sentido que o concurso visa tornar espécies da fauna nordestina conhecidas para a população. “A ideia do concurso é despertar um sentimento de orgulho nas pessoas através do conhecimento das espécies que só existem na Mata Atlântica do Nordeste”, comenta Dorinha Melo, diretora da AMANE.

“A Floresta Atlântica ao Norte do Rio São Francisco só tem a ganhar com essa iniciativa, pois sua importância será mais lembrada através da escolha de uma dessas espécies-símbolo, as quais possuem cada uma em particular, uma importância biológica ímpar para esse bioma, principalmente devido ao alto grau de ameaça que essa floresta vem sofrendo ao longo dos séculos”, comenta Severino Rodrigo, Diretor de Projetos do CEPAN.

Sorteio

O internauta terá a chance de eleger a espécie símbolo do projeto e ainda participar de um sorteio ao final do concurso. O sorteio será realizado entre os eleitores da espécie vencedora, que receberá como prêmio o livro ‘Hotspots Revisitados’, que contém uma análise detalhada das 34 regiões, com dados sobre a diversidade dos grupos de flora e fauna, as espécies-bandeira, as ameaças e ações de conservação em andamento. Durante quatro anos, 400 especialistas trabalharam para reavaliar os Hotspots, nove regiões foram incorporadas à primeira versão do estudo, publicado em 1999. Mesmo assim, somando a área de todos os Hotspots temos apenas 2,3% da superfície terrestre, onde se encontram 50% das plantas e 42% dos vertebrados conhecidos. No Brasil, a Mata Atlântica e o Cerrado compõem a lista dos Hotspots. Isso quer dizer que esses biomas têm pelo menos 1.500 espécies de plantas endêmicas - que só existem aqui e em nenhuma outra parte - e já perderam 75% ou mais de sua vegetação original. A publicação foi produzida em Inglês e Espanhol e além do apanhado científico, o livro traz mais de 300 fotografias inéditas.

Conheça mais sobre as espécies:

Nome popular: Macaco-galego ou Macaco-prego-galego
Nome científico: Cebus flavius

Distribuição: Zona da mata ao norte do rio São Francisco. Restrita à Mata Atlântica Nordestina nos estados de Alagoas, Paraíba e Pernambuco.

Grau de ameaça: Criticamente em perigo de extinção

Biologia: Restrita à Mata Atlântica Nordestina, esta espécie permaneceu um mistério para a ciência por séculos, até a publicação do artigo científico com a sua redescoberta, em julho de 2006. Até o momento foram encontradas 8 populações do macaco, com estimativa total da população de 180 indivíduos. O tamanho habitual dos grupos é de 18 indivíduos com número maior de fêmeas do que de machos. Os macacos-prego são quadrúpedes arbóreos (que se deslocam sobre quatro pés pelas árvores), que são normalmente encontrados na parte inferior de dosséis e sub-bosque. Alimentam-se de uma grande variedade de frutos, sementes e artrópodes (insetos e aranhas), sapos, filhotes e até pequenos mamíferos, completada por caules, flores e folhas.
Principais ameaças: as principais ameaças são a caça para alimento e para animais de estimação. Perda de hábitat e fragmentação, principalmente por causa do desenvolvimento costeiro e da expansão da cana-de-açúcar.
Áreas Protegidas: o macaco-prego ou galego não foi registrado em nenhuma das unidades de conservação da região de ocorrência da espécie.
Curiosidade: Pesquisas ainda são necessárias para estabelecer as preferências de hábitat, para conhecer áreas de ocupação e os números de população.

###

Nome popular: Pintor-verdadeiro; pintor
Nome científico: Tangara fastuosa
Distribuição: Distribui-se entre os estados do Rio Grande do Norte e Alagoas
Grau de ameaça: vulnerável
Biologia: O pintor–verdadeiro é uma das mais belas espécies de aves brasileiras, é endêmica do Centro Pernambuco, ocorrendo apenas na Mata Atlântica nordestina, ao norte do rio São Francisco, entre os Estados do Rio Grande do Norte e Alagoas. Alimenta-se essencialmente de frutas, aparentemente prefere áreas ricas em Melastomataceae (da família da Quaresmeira). Pequenos artrópodes (insetos e aranhas) também fazem parte de sua dieta. Frequenta bandos mistos, podendo também ser vista em grupos ou pares. Pouco se conhece sobre o seu comportamento reprodutivo, sendo reportados ninhos construídos em bromélias, no mês de janeiro. Frequenta tanto o interior quanto a borda das florestas, sejam primárias ou secundárias, e parece tolerar um certo grau de perturbação em seu ambiente.
Principais ameaças: A brutal perda de hábitat – só restam cerca de 2% de seu hábitat original – e a intensa captura para o mercado ilegal de aves silvestres.
Áreas Protegidas: Parque Estadual (PE) Dunas de Natal e PE Mata do Pau Ferro, RN; RPPN Frei Caneca, Reserva Ecológica Brejo dos Cavalos, EE Charles Darwin, REBIO de Saltinho e Reserva Estadual do Gurjaú (PE); EE de Murici e REBIO de Pedra Talhada (AL).
Curiosidades: O pintor-verdadeiro é restrito às matas do Nordeste, por conta de sua beleza e diversidade de cores é utilizado em muitas campanhas como símbolo da Mata Atlântica nordestina, sendo uma bandeira para a conservação da rica biodiversidade dessa região.

###

Nome popular: Limpa-folha-do-nordeste
Nome científico: Philydor novaesi
Distribuição: Endêmica do Nordeste do Brasil, só ocorre ali e em nenhum outro lugar do mundo. Distribui-se entre os estados de Pernambuco e Alagoas. Hoje só se encontra na Estação Ecológica de Murici, em Alagoas, e Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) Frei Caneca, em Pernambuco.
Grau de ameaça: Ameaçada
Biologia: O limpa-folha-do-nordeste é considerada uma das aves mais ameaçadas da região neotropical. Possui uma coloração vermelho-tijolo-escura. A espécie alimenta-se de artrópodes (insetos, aranhas) capturados na copa das árvores, em troncos e folhas secas enroladas de bromélia. Formam bandos mistos compostos por espécies que vivem nas copas e extratos mais altos da floresta. A falta de informação recente sobre a presença da espécie na Estação Ecológica de Murici, em Alagoas (localidade tipo) é preocupante. Na Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) Frei Caneca, em Pernambuco a ave é vista com relativa frequência, tanto solitária como em bandos com várias outras espécies.
Principais ameaças: Destruição/alteração de hábitats e desmatamento são as ameaças mais sérias à conservação da espécie.
Áreas Protegidas: Estação Ecológica de Murici, em Alagoas, e Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) Frei Caneca, em Pernambuco.
Curiosidades: A Estação Ecológica de Murici, em Alagoas, onde o limpa-folha-do-nordeste pode ser encontrado, é uma das florestas mais ricas e ameaçadas do mundo, considerada uma das regiões prioritárias para a conservação de aves no hemisfério ocidental. Nos últimos anos, a região teve sua área radicalmente reduzida.

###

Sobre a Associação para Proteção da Mata Atlântica do Nordeste (AMANE):

A AMANE é uma associação sem fins lucrativos cuja missão é proteger e recuperar a Mata Atlântica do Nordeste, por meio da conservação da biodiversidade e do desenvolvimento de benefícios socioambientais. Em 2005, ano em que foi criada, elaborou um Plano de Conservação e Desenvolvimento Sustentável para a proteção da Mata Atlântica do Nordeste, com objetivo geral de planejar e implementar um conjunto de medidas articuladas, em escala local e regional, a fim de reduzir drasticamente a probabilidade de extinção de espécies que ocorrem na Mata Atlântica do Nordeste e proporcionar modelos de desenvolvimento sustentável. Esse documento base vem sendo detalhado em projetos temáticos. 
Localizada em Recife, o território de atuação da AMANE é a Mata Atlântica do Nordeste, focalizada no Centro de Endemismo Pernambuco, que envolve os estados do Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco e Alagoas. Duas são as áreas prioritárias: o complexo florestal da Serra do Urubu, em Pernambuco, e de Murici, em Alagoas, selecionadas devido à importância dessas áreas para a conservação de espécies endêmicas e ameaçadas de extinção da avifauna da Mata Atlântica. Maiores informações no site 
www.amane.org.br .

Sobre o Centro de Pesquisas Ambientais do Nordeste (CEPAN):

O Centro de Pesquisas Ambientais do Nordeste – CEPAN é uma organização não-governamental conservacionista, fundada em 2000 por um grupo de alunos e professores da Universidade Federal de Pernambuco. Tem por missão gerar e divulgar soluções estratégicas para a conservação da biodiversidade mediante ciência, formação de recursos humanos e diálogo com a sociedade. O CEPAN tem como unidade macro de planejamento o Corredor Nordeste de Biodiversidade (CNB), o qual delimita o espaço e as ações de pesquisa e conservação a serem executada. Além de apoio à pesquisa, as principais linhas de atuação são: serviços ambientais e restauração florestal, espécies ameaçadas e áreas protegidas. Para conhecer mais o Cepan acesse www.cepan.org.br .


Sobre a Conservação Internacional:

A Conservação Internacional (CI) é uma organização privada, sem fins lucrativos, fundada em 1987 com o objetivo de promover o bem-estar humano fortalecendo a sociedade no cuidado responsável e sustentável para com a natureza – nossa biodiversidade global -, amparada em uma base sólida de ciência, parcerias e experiências de campo. Como uma organização não governamental (ONG) global, a CI atua em mais de 40 países, distribuídos por quatro continentes. Em 1988, iniciou seus primeiros projetos no Brasil e, em 1990, se estabeleceu como uma ONG nacional. Está abrindo nova sede no Rio de Janeiro e possui escritórios em Belo Horizonte-MG, Brasília-DF e Belém-PA, além de unidades avançadas em Campo Grande-MS e Caravelas-BA. Para mais informações sobre os programas da CI no Brasil, visite www.conservacao.org .

www.conservacao.org .

 


Sobre a Monsanto:

A Monsanto está presente no Brasil desde 1963. Pioneira no desenvolvimento de produtos com tecnologia de ponta na área agrícola – herbicidas, sementes convencionais e geneticamente modificadas  – busca soluções sustentáveis que proporcionem aos agricultores produzir mais, conservar mais e melhorar vidas. Para isso, investe anualmente mais de US$ 1 bilhão em pesquisa e desenvolvimento de novos produtos, e pretende dobrar o rendimento de sementes de milho, soja e algodão até 2030, desenvolver sementes que reduzam em 1/3 a quantidade de recursos naturais por unidade produzida, e compartilhar expertise com produtores para ampliar o seu acesso a modernas tecnologias agrícolas, especialmente em países pobres e em desenvolvimento. Em 2010, destinou R$ 6 milhões à sustentabilidade com diversos projetos socioambientais em todo o País, realizados em 90 cidades, de 12 estados brasileiros. Mais de 200 mil pessoas foram beneficiadas. Além da distribuição gratuita de 60 mil livros, também foram realizadas 200 palestras sobre conscientização ambiental e plantadas 2,2 mil árvores, com a participação de 30 mil crianças de todas as regiões do país. Mais informações em www.monsanto.com.br e twitter.com/monsantobrasil
 
 
Para mais informações: 
 
AMANE: Cláudia Vital – (81) 3223-0317 – comunicacao@amane.org.br 
CEPAN: Cristiane Lucena – (81) 3453-9102 – 
cepan@cepan.org.br
Conservação Internacional: Marcele Bastos– (31) 3261-3889 – m.bastos@conservacao.org
 

—————

Voltar